Há quase oito décadas atrás, aconteceu um de vários Grenais inesquecíveis. Hoje dia 22 de setembro faz exatos 76 anos da realização deste jogo, um jogo muito curioso que deve ser lembrado.
* Como já diz o hino escrito por Lupicínio Rodrigues escrito em 1953: “Lara o craque imortal/Soube teu nome elevar/Hoje com o mesmo ideal? Nós saberemos te honrar”. Eurico Lara, goleiro vindo do exército de Uruguaiana, praticamente contra vontade, graças a dirigentes gremistas que conseguiram sua transferência para o exército de Porto Alegre em 1920 se tornou a maior lenda do futebol gaúcho.
Mas todo herói tem sua história, e parte dessa longa e heróica história de Lara no Grêmio foi a conquista histórica do campeonato Farroupilha de 1935, realizado em homenagem ao centenário da Revolução Farroupilha. Tarde de domingo, dia 22 de setembro de 1935, e dia de Grenal, estádio do fortim da Baixada, e o lado vermelho entra em campo com a vantagem do empate.
O Grêmio estava com dois desfalques. Luiz Carvalho, principal centroavante do Grêmio havia se transferido para o Vasco da Gama nas vésperas do jogo, e o grande Lara, estava acamado com tuberculose. Mas como todo herói tem suas façanhas, para a surpresa de todos pediu para jogar a final, comprovando porque foi considerado uma lenda.
Começa o jogo e com excepcionais defesas, Lara faz jus ao mito que se tornou, mas faltava o principal. A vitória que daria o título ao Grêmio. A primeira etapa termina 0 x 0.No segundo tempo, Lara já não está mais no time, e já sem condições de jogar vai para as arquibancadas junto da torcida, e em seu lugar entra Chico.
São 37 minutos da etapa complementar, sendo que na época o jogo ia até os 40 minutos, e o placar ainda está 0 x 0, falta para o Grêmio cobrar. Mascarenhas cruza na área, o zagueiro Risada afasta parcialmente a bola, que sobra para Foguinho de primeira mandar um balaço para o fundo das redes. Mal reiniciado o jogo e o mesmo Foguinho rouba a bola e sai driblando todo o time vermelho e passa para Laci fechar o placar com chave de ouro.
Empolgada, a torcida começa a gritar o nome de Foguinho, que juntamente com Lara se tornara o herói da conquista. Um fato curioso desse Grenal foi o de um torcedor colorado que antes do jogo recolheu 11 cachorros das ruas de Porto Alegre, pintou-os de vermelho e colocou-os dentro de uma camionete, e quando o Inter se sagraria campeão, ele iria soltar todos os cachorros no gramado da Baixada.
Mas nada aconteceu como o torcedor queria. O Grêmio sagrou-se campeão e a cachorrada se assustou com o foguetório, ficando enlouquecida e avançando no dono, que foi parar no hospital.Na Baixada, a festa não parava, e o então técnico do Grêmio, Sardinha I, emocionado, sugeriu que o título do Centenário Farroupilha fosse comemorado por mais um século. E desde 1935, no dia 22 de setembro, o Grêmio realiza o Jantar farroupilha em homenagem àquela conquista heróica. Mas após dois meses da grande final Eurico Lara viera a falecer em um hospital de Porto Alegre vitima de tuberculose. Até hoje Lara e o único jogador a ser citado em um hino de um grande time de futebol brasileiro. Lara um craque, uma lenda.
O time campeão de 35.
* Artigo escrito por mim Juliano e por meu amigo Diego Bragagnol.
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